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"A psicopolítica e o jabuti sobre a árvore"

01/05/2011

Álvaro Nascimento Cunha

A PSICOPOLÍTICA é técnica utilizada hoje por vários governos no mundo inteiro com o escopo de domesticar homens e mulheres. Pode também ser chamado de processo de imbecilização da sociedade, a visar principalmente crianças e jovens, como professado por Keneth Goff, um ex-militante comunista norte-americano que afastou-se do Partido Comunista ao ter conhecimento da dita psicopolítica. Segundo Goff, homens e mulheres ficariam com o passar do tempo privados da capacidade de pensar de forma livre, a reagir ao mundo como marionetes, dotados de concepções preconcebidas e, principalmente, a repetir sem questionar tudo quanto lhes fosse doutrinado. O homem e a mulher na sociedade dominada pela psicopolítica são vistos por um prisma meramente econômico, afastado de qualquer objetivo maior, qual seja, o desenvolvimento intelectual, moral e espiritual. Aliás, preparo intelectual, moral e espiritualidade é algo a ser arrancado das massas, nem que para isso seja necessário recorrer à desordem.

O que a psicopolítica também busca é a degradação do ser humano. Para isso é preciso submetê-lo a uma lavagem cerebral, tornando-o um idiota útil. É de suma importância para esse escopo destruir grupos religiosos, estimular o ateísmo ou, se isso não for possível, difundir religiões lights, que não comprometem ninguém, pois nelas não se exige renúncia, sacrifício, conversão.

A tônica dessas religiões de fácil acesso é o relativismo, onde qualquer postura ou comportamento são válidos. Se você não acredita nisso é só observar as tendências descristianizantes no mundo atual. E para tanto são usados os mais “edificadores” – para não dizer inverídicos – argumentos: “é preciso criar um homem novo, voltado para o mundo e para a sociedade, um homem puramente racional, com os olhos no chão, desvinculado de Deus e de religiões.

O homem deve nessa sociedade trabalhar para adquirir riquezas tão somente e adquirir um elevado enriquecimento cultural. A vida está dessa forma alicerçada no pensamento e Deus poderá assim ser suprimido do horizonte”. O homem transforma-se dessa forma em apenas uma ferramenta de trabalho (mas isso não é mostrado claramente às massas). As cidades serão apenas de homens. Deus não poderá morar nelas. Querem fazer crer aos jovens não existir mais verdades absolutas, tudo pode ser questionado e contestado.

Mas os grandes homens e mulheres da história não construíram suas vidas e caracteres sobre meias verdades, mas sobre valores rígidos e sem disfarces. E a sociedade católica choca-se frontalmente com esses propósitos, sempre a defender, dentre outros valores, a célula matriz da sociedade, a família, ou seja, o homem, a mulher e sua prole. Por isso – para os adeptos da psicopolítica - é preciso destruir o que há de mais sagrado nessa sociedade, justamente a família, que durante séculos foi construída com alicerces cristãos.

Para transpor essa barreira – a família - é imprescindível mudar a mentalidade ocidental, abalar suas estruturas ao máximo. Mude estruturas e você mudará pensamentos. E como se faz isso? Aos poucos e com a ajuda de meios de comunicação de grande influência, dinamite a moral ocidental, despedace a espiritualidade das massas, altere os paradigmas, retire sinais religiosos das paredes das escolas, das fábricas, e das repartições públicas. Igualmente expulse a inteligência desses lugares. Ou seja, tire a ordem (alimentada durante séculos por valores fundamentais), altere aos poucos parte do processo cultural, desconstrua valores e aí – sem maiores complicações – alteram-se as estruturas da sociedade, submetendo-a aos poucos a um controle severo, mas indolor.

Isso é extremamente útil em muitos governos deste mundo globalizado, os quais anseiam perpetuar-se no poder. Numa sociedade sem moral, sem famílias bem estruturadas, onde o jovem é “livre” para fazer o que bem entender (inclusive para drogar-se; tornar-se amoral; cometer crime de aborto; desrespeitar pai e mãe, e se for castigado por eles, poderá recorrer à polícia) elege-se qualquer um, sem qualquer formação moral ou proposta política, o qual, por sua vez, será fácil e rapidamente manipulado por uma cúpula. Ou seja, a custa de uma desconstrução social, coloca-se um jabuti sobre uma árvore.

E para alterar a mentalidade humana, mas sem ser notado, dê a impressão ao homem de ser ele o verdadeiro criador de idéias revolucionárias (ele será imbecilizado sem saber). Ele passa a ser um receptor passivo de tudo quanto é modismo (seja com relação à política, aos costumes ou à religião). Homens e mulheres tornam-se assim nas mãos de espertos psicopolíticos meros títeres, militantes da causa revolucionária anticristã no mundo, mesmo sem o saber.

Hoje deparamo-nos com tendências antinaturais, oriundas de uma educação mal orientada ou de ambientes viciados. Não obstante, os novos costumes – impostos goela abaixo – atraem a cólera de Deus e bradam aos céus. Somente a razão alicerçada na fé será garantia para a correta formação intelectual, moral e espiritual de nossas crianças e jovens. Quarenta anos esta geração me desgostou, e eu disse: Sempre os corações errantes, que não conhecem meus caminhos...Então eu jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso!” [Salmo 95 (94)].

Parte deste texto foi baseado no de Taiguara Fernandes de Sousa, publicado originalmente em Blog Em Garde! E também em alguns trechos do livro Psicopolítica – Técnica del Lavado de Cérebro (Psicopolitica – Técnica de Lavagem Cerebral (GOFF, Keneth. Buenos Aires: Editora Nuevo Orden, 1966.

Álvaro é candidato ao diaconato permanente da Escola Diaconal São Lourenço, da Diocese de Palmas, Tocantins, notário da Câmara Eclesiástica da Diocese de Tocantinópolis, Tocantins, e juiz de Direito da Comarca de Araguaína, Tocantins.

Data do artigo: maio de 2011