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DIÁCONOS A SERVIÇO DA VIDA E DA ESPERANÇA

22/11/2019

Artigo de setembro - 2012

Diácono Zeno Konsen

Presidente da CND

O segundo semestre do ano é sempre marcado por meses que nos remetem à intenções muito fortes e marcantes em nossa vida.  Agosto é o mês vocacional, onde vocações são refletidas com maior ardor e profundidade, sobretudo na palavra de Deus que é o alicerce vocacional. A vida do Cristão é norteada pela palavra e ensinamento dos profetas, dos evangelistas e cartas Paulinas. A Sagrada Escritura narra experiências de um povo a caminho da salvação. Que só sobrevive na sua missão, pela fé e alimentado na Palavra de Deus. São muitas experiências de vitórias e conquistas desse povo. E, muitos são os momentos tristes em que o povo se afasta das orientações dos profetas e do caminho do Senhor.

Ficando, assim, a mercê das paixões humanas, das idolatrias, criando para si os seus ídolos e deuses, entregues aos caprichos mundanos. Hoje, também, o mundo quer mostrar que há outros caminhos, outros deuses, outras palavras que não é a palavra de Deus. O homem afastado de Deus tende ao isolamento, ao individualismo egoísta que se ensoberbece no orgulho do EU posso, EU quero, EU sou, EU me basto. A história nos mostra que os frutos deste afastamento são profundas crises de identidade religiosa, provocando desajustes sociais que levam a humanidade a sérios problemas de relacionamento e até de sobrevivência. No mar da vida o homem tem enfrentado temporais e ventos contrários, fortes e potentes que nos atingem de cheio e nos faz balançar nas ondas de nossa existência, tentando enfraquecer nossa vocação à santidade. Estejamos atentos para não nos desviar do caminho da santidade. Caminho este que se faz com dedicação e perseverança na oração! 

Nas últimas semanas, vários regionais fizeram seus encontros de formação e/ou assembleias, com inúmeras e belas experiências narradas. A participação dos diáconos, nesses regionais, ficou abaixo do esperado. Deixo aqui um fraternal convite, para que coloquemos como prioridade os nossos encontros de formação e ou assembleias, pois, a amorosa convivência com os irmãos e os estudos pertinentes nos dá força e orientação para nossa caminhada ministerial. Mais especificamente, o Documento 96 - CNBB / Diretrizes para o Diaconato Permanente está sendo estudo mais profundamente, visto que este, agora, é documento aprovado pela CNBB para toda Igreja do Brasil.

Descrevo a seguir alguns, entre tantos textos, que nos orientam em nossa caminhada. O número 118 nos diz que o espírito de comunhão e a corresponsabilidade no ministério ordenado urge que os diáconos participem em assembleias diocesanas, reuniões do clero, retiro e convivências. O número 119 reconhece que há barreiras, mas é preciso insistir em nossa educação, já que é urgente e primordial nossa formação e atualização, através do diálogo e da participação de todos. O número 120 afirma que a formação pastoral, espiritual e teológica permanente dos diáconos seja assumida como um dos principais deveres do diácono e da diocese. Todo capítulo II do documento 96 – VIDA E ARTICULAÇÃO DOS DIÁCONOS, que se encontra entre as paginas 41 e 54, devem ser as nossas orientações primeiras para a nossa vida diaconal. Ressalto o número 128 onde coloca claramente que o segundo espaço para organização são as Comissões Regionais dos Diáconos. Novamente vemos neste parágrafo o incentivo à formação permanente, sob a responsabilidade, também, dessas Comissões Regionais.

Tenho encontrado em viagens às diversas dioceses do Brasil, alguns diáconos um tanto quanto, desanimados e com relatos de experiências negativas. Percebe-se aí, a falta de formação continuada, que a formação e a união com os irmãos diáconos foram deixadas de lado, ficando em segundo plano. Nosso Episcopado percebendo estas necessidades nos deram claras orientações sobre nossa formação nos números 222 a 229. Pois, que nos debrucemos a estudar e aplicar os ensinamentos em nossas vidas, para que nosso ministério dê bons e muitos frutos. Tenhamos consciência de que a Igreja não elaborou e aprovou este Documento 96, para reprimir, mas sim, para nossa orientação. Somos Igreja ministerial e hoje temos, na Graça de Deus este Documento como manual para movimentar a máquina do corpo Diaconal Nacional. Os encontros e as assembleias regionais e nacionais juntamente com a Palavra de Deus, formam um conjunto essencial para a nossa vida e ministério.

Ninguém pode dar o que não tem. Ninguém pode ensinar algo que não conhece ou que não tenha estudado. Ninguém é tão sábio que não possa aprender ou partilhar e ninguém é tão pequeno que não possa ensinar. O importante é que façamos nossa parte para que o Senhor possa fazer a Dele, olhando por nós, por nossas famílias e por nossas comunidades. Pedras no caminho sempre teremos, mas podemos desviá-las, quebrá-las ou retirá-las do caminho através da nossa união. Somente juntos, fortalecendo o corpo diaconal seremos cada vez mais fortes individualmente. Não existe cristão avulso, fazemos parte de um único corpo. Uma ilha isolada é sempre pequena, porém, quando se une ao continente virá gigante! Fiquemos todos na Graça de Deus.