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O Evangelho é integral, não parcial

20/11/2010

Diácono Luiz Gonzaga

Arquidiocese de Belém – Pará – Amazônia

Evangelho é conceituado como uma mensagem integral de salvação que desconhece qualquer tipo de fronteira e que se dirige a todo ser humano e abrange toda a realidade de uma pessoa: física, moral, espiritual, intelectual, social e política.

O evangelho é integral, não parcial, por isso alcança o ser humano integralmente ou total, não fragmentariamente. É impossível falar de evangelho sem falar de evangelização, isto é, Jesus – alma e coração do evangelho – que representa as boas novas de Deus.

Em Atos 20,27 está escrito: “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”. Este texto de Paulo aos Efésios, na verdade aos anciãos da Igreja de Éfeso, assegura que ele, Paulo, nada escondeu em relação ao anúncio do evangelho.

O apóstolo não deu ênfase maior só ao ato de evangelizar, no sentido de salvar espiritualmente pessoas, mas, preocupou-se igualmente com o resultado que o evangelho produz na totalidade da vida do ser humano.

A boa nova deve ser não apenas para a alma, mas, para todas as dimensões da vida. Por isso a igreja não pode voltar sua atenção só para a salvação futura da alma, mas, deve encarar a realidade presente como um desafio missionário.

Primeiro: Porque Jesus Cristo não se limitou em somente pregar a mensagem para a alma. Conforme Mateus, 4,23, nosso Senhor percorria “toda a Galiléia, ENSINANDO nas suas sinagogas, PREGANDO o evangelho do reino e CURANDO todas as enfermidades e moléstias entre o povo”.

O que observamos é que, Jesus se preocupava também com a vida física e material das pessoas, com as suas necessidades físicas e materiais.

Segundo: Porque o ministério de Cristo abrangia aspectos sociais e políticos, ou seja, o serviço em favor dos injustiçados, marginalizados, deixados de lado a margem da sociedade. O ministério do Cristo foi até o nível do sacrifício, o que evidencia a essência de sua missão.

A realidade de nossa região amazônica e diria mais, de nosso país, não é muito diferente da situação social e espiritual do tempo de cristo. Os desafios, oportunidades são semelhantes, por isso, se quisermos realmente evangelizar a Amazônia e o Brasil, precisamos, então, equilibrar nossas ênfases ministeriais.

Jesus não somente pregava o evangelho – salvação da alma- como igualmente proporcionava o bem estar do ser humano como um todo.

Que todos nós diante das dimensões e desafios da evangelização, tenhamos um pouco da disposição e obediência de Samuel: “Fala, porque o teu servo ouve” (1 Sm.3,10), um pouco da vida e disponibilidade de Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is.6,8) e um pouco da ação de Jesus Cristo: “Jesus percorria toda a Galiléia ensinado nas suas sinagogas, proclamando a boa notícia do reino e curando todo tipo de enfermidade e doenças entre o povo” (Mt.4,23-25).

Que o Espírito Santo de Deus possa nos ajudar neste desafio de sermos “instrumentos” na evangelização e levarmos também aos nossos irmãos um pouco de bem estar.

Data do artigo: 20/11/2010