PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS
12/06/2020
Diácono Antonio Heliton Alves – Arquidiocese de Porto Alegre (RS) - CRD Sul III
No filme “A Guerra dos Mundos”, os invasores alienígenas, portadores de uma avançadíssima tecnologia e de um poder de destruição extraordinário, ao final, foi derrotado por um microrganismo (bactéria ou vírus) para o qual não tinham imunidade.
Na pandemia do novo Coronavírus, a humanidade está se dando conta de que, mesmo dispondo de avanços tecnológicos impensáveis até bem pouco tempo, capaz de levar humanos à lua, enviar veículos não tripulados a outros planetas, ter uma compreensão cada vez mais clara a respeito do macrocosmo e, além disso, mergulhar no mais profundo da matéria, chegar ao Neutrino, menor partícula que contém alguma massa, está sendo desafiada a encontrar uma solução para essa doença.
O conceito de “Aldeia Global” ficou evidente, mas a compreensão de “Globalização” possivelmente deverá passar por um processo de ressignificação em virtude de dois movimentos: a macro dependência dos países por insumos, produtos e tecnologia, numa direção e o fechamento das fronteiras para a entrada de pessoas, inclusive dos próprios nacionais, em outra.
Por outro lado, as fragilidades sociais, econômicas se manifestam de modo significativo: empresas que se desarticulam, desemprego em massa, empobrecimento, principalmente das camadas mais vulneráveis. Soma-se a tudo isso o enorme sofrimento pessoal, social e comunitário dos infectados pela Covid-19, inclusive a lamentável perda de vidas humanas.
A experiência da pandemia do novo coronavírus deve conduzir a um novo paradigma civilizacional, que deixe transparente o conceito de interdependência dos blocos econômicos, países e povos em todos os sentidos; da necessidade de uma solidariedade universal, que permita a construção de uma sociedade mais ética, mais fraterna e responsável. O “novo normal” vai impor uma série de mudanças no comportamento da sociedade.
* Texto de responsabilidade do autor