Home | Publicação | É tempo de se deixar abraçar por Deus

Compartilhe:

É tempo de se deixar abraçar por Deus

22/11/2019

Diácono Pedro Fávaro Júnior - Diocese de Jundiaí/SP
Jornalista - Assessor de Comunicação da CRD Sul 1

Ao completar o primeiro ano de seu pontificado, dia 13 de março, o Papa Francisco repetiu com a mesma simpatia, no seu Twitter, onde tem mais de 900 mil seguidores, o pedido feito há um ano: “Rezem por mim”. Foi esse um de seus primeiros pedidos, quando ele começou a cativar o mundo com sua simplicidade e autenticidade apostólicas. Logo depois, surpreendeu pedindo que todos intercedessem por ele, junto a Deus, para que fosse abençoado – ou seja, antes de abençoar, pediu a bênção, indicando que o mundo daí por diante se surpreenderia, como de fato, tem se surpreendido muito positivamente.

Em nenhuma de suas atitudes o Papa negou os postulados e valores defendidos pela Igreja, a doutrina ou questionou o Magistério, nesse tempo. Ao contrário, com suas atitudes de despojamento, humildade, acolhimento, franqueza e bom humor, sem ranços moralistas e julgadores, apontou a necessidade de se caminhar na direção dos pobres, dos excluídos, dos verdadeiramente bem-aventurados do Evangelho – os sofredores deste mundo - e restabeleceu em tempo recorde a empatia entre a Igreja com setores da vida e com pessoas que dela haviam se afastado, alguns e algumas até próximas de se tornarem inimigos dos cristãos e, com seu sorriso carismático e com o perfume de Cristo, abraçou a todos – os que estavam longe e os que estavam mais próximos.

Tudo dentro de um pensamento que está sintetizado, de maneira muito clara, na Sua primeira exortação apostólica, a Alegria do Evangelho – Evangelii Gaudium, recordando o pensamento dos bispos latino-americanos: “... ‘não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, em nossos templos’, sendo necessário passar ‘de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária’. Esta tarefa continua a ser a fonte das maiores alegrias para a Igreja: ‘Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão’ (Lc 15, 7).”

Recentemente, ainda, no início da Quaresma, o Papa Francisco falou sobre o “abraço de Deus” a quem decide receber o Sacramento da Reconciliação. “Toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa. Prossigamos nesse caminho, nessa estrada”, nos exorta ele. A Reconciliação, à semelhança da Unção dos Doentes, recorda Francisco, “é um sacramento de cura”. ”Quando vou confessar-me, é para me curar: curar-me a alma, curar-me o coração por alguma coisa que fiz que não está bem”, salientou Francisco..

Ele defendeu a dimensão comunitária da Reconciliação, contrapondo os argumentos de quem defende que o perdão de Deus obtém-se numa relação direta, sem mediações. O trecho bíblico citado pelo papa sublinha, “antes de tudo”, que o perdão vem de fora: “O perdão dos nossos pecados não é algo que possamos darmo-nos; eu não posso dizer “eu perdoo-me dos meus pecados”. “O perdão pede-se, pede-se a um outro, e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é um presente, é um dom do Espírito Santo”, frisou.