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O diaconado permanente, restaurado pelo Concílio Vaticano II (Lumen Gentium,29), é um dom e uma necessidade para a Igreja no mundo de hoje. Na Diocese
de Parnaíba (PI), onde as comunidades vivem uma fé simples e profundamente encarnada na vida do povo, o ministério diaconal tem se mostrado um importante sinal de serviço, comunhão e presença da Igreja junto aos mais pobres e necessitados.

a) Serviço à Palavra, à Liturgia e à Caridade
O diácono é chamado a ser presença viva de Cristo Servo. Sua atuação nas comunidades, celebrações e obras sociais fortalece a missão evangelizadora da Diocese e concretiza o compromisso com os que mais sofrem.

b) Testemunho familiar e comunitário
Os diáconos permanentes são homens casados, o que lhes permite testemunhar o Evangelho na vida cotidiana, mostrando que o Sacramento da Ordem e o Matrimônio podem se unir em fecunda complementaridade. São pontes entre o altar e o lar, entre a fé celebrada e a fé vivida.

c) Compromisso social e missionário
Em uma diocese com grandes desafios sociais, o diácono permanente é chamado a estar próximo das famílias em vulnerabilidade, a colaborar com as pastorais sociais e com projetos como a Casa Bom Pastor – que acolhe e cuida dos que mais precisam de ajuda, e outras iniciativas de solidariedade cristã, espalhadas pelas diversas paróquias desta diocese; sua presença torna o amor de Deus mais visível nas periferias e comunidades rurais.

d) Formação humana, espiritual e pastoral
Na Diocese de Parnaíba, a presença de diáconos permanentes é ainda recente — pois a primeira turma foi ordenada em 26 de dezembro de 2015. Esse processo formativo busca unir o saber teológico à vivência espiritual, fortalecendo a identidade vocacional e o espírito de serviço, de modo que cada diácono seja sinal do amor de Cristo no meio do povo de Deus. O futuro do diaconado permanente em nossa Diocese dependerá, portanto, da fidelidade a esse caminho de formação contínua e de discernimento vocacional permanente.

Nesta caminhada, há sempre desafios a serem superados:

a) Clareza da identidade diaconal
Ainda há confusão entre as funções do padre, do leigo e do diácono. É preciso reforçar que o diácono é ministro ordenado do serviço, não substituto do
presbítero, mas colaborador do bispo e animador da caridade.

b) Inserção equilibrada na pastoral paroquial
O diácono precisa estar bem integrado à vida da paróquia, com funções definidas em comunhão com o pároco. É importante evitar tanto a sobrecarga de atividades quanto o afastamento da comunidade.

c) Acompanhamento espiritual e familiar
O equilíbrio entre o ministério, o trabalho profissional e a vida familiar é um grande desafio. Por isso, é essencial que a Diocese ofereça acompanhamento espiritual contínuo e espaços de partilha entre diáconos e esposas.

d) Reconhecimento e valorização
Nem sempre o papel do diácono é compreendido e valorizado nas paróquias. É fundamental promover uma cultura eclesial de comunhão e
corresponsabilidade, onde todos os ministérios — leigos, diáconos e presbíteros — se reconheçam mutuamente.

Mas é preciso olhar pra frente, abrindo ou melhorando os caminhos para o futuro, para isso precisamos:
a) Fortalecer a formação permanente dos diáconos, com retiros, estudos e momentos de espiritualidade.]

b) Ter coordenação Diocesana do Diaconado Permanente sempre em comunhão com o bispo diocesano e em continua comunicação com
todo o corpo diaconal.

c) Incentivar o engajamento social e missionário, especialmente nas periferias urbanas e comunidades rurais.

d) Valorizar a família diaconal, integrando esposas e filhos na caminhada de fé e na missão evangelizadora.

e) Promover a espiritualidade do serviço, como expressão concreta da caridade cristã e da opção pelos pobres.

O diaconado permanente na Diocese de Parnaíba é uma semente de esperança. Ele ajuda a Igreja local a ser mais próxima, misericordiosa e comprometida com
os que mais precisam. Com formação sólida, comunhão com o bispo e amor ao povo, os diáconos são chamados a viver o Evangelho com humildade e alegria, tornando-se sinais do Cristo Servo no meio das comunidades que formam o rosto vivo e acolhedor da Igreja na Diocese de Parnaíba.]

Parnaíba, 26 de dezembro de 2025.

Festa de Santo Estêvão

Diácono Ribamar Moraes