Home | Publicação | A experiência de ser voz e dar a vez

Compartilhe:

A experiência de ser voz e dar a vez

21/11/2019

Diácono José Carlos Pascoal

Assessor de Comunicação da CND (ENAC), Presidente do Regional Sul 1 e agenda da PASCOM diocesana.

“O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.”

“O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos: denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.”

Infelizmente, para muitos, o “Grito dos Excluídos” é visto somente como ação dos grupos de Fé e Política, desvinculado da causa da Igreja em defesa dos excluídos. Os que pensam assim ainda não souberam compreender a exata dimensão do movimento: chamar a atenção dos que detém o poder para minorar o sofrimento das vítimas do sistema vigente e dar vez e voz aos sofredores.

Outro dos objetivos é denunciar a corrupção em todas as camadas da sociedade, que leva para o bolso “ou contas no exterior” de alguns o que seria necessário para melhorar a atendimento à saúde, à educação em todos os níveis, à segurança, no combate às drogas, à melhoria das estradas, do saneamento básico, com água e luz para todos à preços baixos. Fazer também que não nos acomodemos com a situação vigente, mas lutemos juntos, Igrejas e Movimentos Sociais, em prol dos menos favorecidos. Não tem a intenção de dar ou cobrar assistencialismo, mas de estar ao lado dos pobres, lutando por promoção social.

Nós, os diáconos, pelo nosso carisma e ministério temos muito a contribuir como profetas dos novos tempos: anunciando a Palavra de Deus e denunciando os desmandos e políticas públicas que não promovem a dignidade do ser humano, sendo voz e dando voz e vez. Tenhamos em mente as palavras de São Paulo: “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rom 12, 2).

Data do artigo: 05/09/2011