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A PANDEMIA DO COVID-19 SEUS REFLEXOS NA FAMÍLIA E NA PASTORAL FAMILIAR

04/07/2020

A PANDEMIA DO COVID-19 SEUS REFLEXOS NA FAMÍLIA E NA PASTORAL FAMILIAR

Diácono Marcos Magalhaes

Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar da Diocese de Ilhéus (BA)

A Pandemia do COVID -19 mudou a vida cotidiana, os ares de normalidade, hábitos e o ritmo do mundo. Por medo do contágio nos distanciamos, nos isolamos e houve o fechamento de tudo aquilo que não era considerado essencial ou que se traduzisse em aglomeração de pessoas. Vivenciamos a fragilidade humana, doenças, síndromes, medos e as vidas perdidas. A humanidade sentiu-se abandonada e impotente.

Se de um lado, o novo coronavírus, nos levou ao isolamento social, também nesse mesmo mal nos abriu espaço para consolidar uma nova forma de sermos presença na vida das pessoas e nas famílias. A humanidade caminha a passos largos para a “Era do Mundo das mídias sociais e do on-line”. Com a existência da Pandemia, a utilização dessas ferramentas, fez com que as pessoas se sentissem mais próximas umas das outras, ainda que separadas fisicamente - o que trouxe um certo alento - já que as distancias não podiam ser encurtadas de modo convencional.

Um outro belo sinal de esperança, foi a redescoberta da família, “Santuário da Vida”, que iluminada pela Sagrada Família de Nazaré, promoveu a partilha da dimensão espiritual e corporal, se tornando mais próxima e comprometida com seus membros, o que proporcionou acolhimento, perdão e reconciliação, reconstrução pessoal e familiar. A família voltou a partilhar a vida, a mesa, o abraço e os sonhos, redescobrindo o ambiente familiar, sua beleza, fragilidade, espaços e ausências. A igreja, é essencialmente missionária e samaritana, bem como, a família e a Pastoral Familiar. Todos devem ser a expressão do Cristo missionário do Pai, realizando a missão evangelizadora, com animação, fé, esperança e amor, incentivando que haja nas famílias a vivencia da palavra de Deus, oração, terços, palestras de formação e sobretudo a eucaristia ápice e centro da fé cristã, ainda que transmitida pelas mídias sociais ou meios de comunicação. Tudo isso contribui para o aquecimento da nossa vocação batismal, que nos insere no discipulado e na missão, nos convidando a sermos essa igreja viva e em saída, que se preocupa com todos, principalmente com os mais pobres e necessitados, destinatários privilegiados do anúncio do Evangelho.

Neste tempo Pandêmico infelizmente sombras alcançaram algumas famílias, como: separações, agressões, desemprego, doenças, mortes, sobretudo nessas, devemos nos fazer mais próximos, levando o conforto, a esperança e a luz do Cristo Ressuscitado. A Pastoral Familiar é a mãe das Pastorais, e sobretudo cuida das questões que envolvem e dizem respeito as famílias através de seus setores (pré, pós e casos especiais), precisa ser “O bom Samaritano”, como nos exortou a Campanha da Fraternidade: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc.10, 33-34), deve trabalhar no sentido de implantar o “Projeto Ombro Amigo”, fazendo com que em cada núcleo paroquial, possa existir agentes que se disponibilizem a dar direção espiritual, aconselhamento, rezar, escutar as dores e apelos de socorro que emanam das pessoas ou famílias que necessitam de ajuda corporal e espiritual, promovendo quando necessário o devido encaminhamento para o profissional especializado.

Vai passar e, devemos continuar sendo portadores da boa notícia, promovendo o cuidado com a vida humana em todas as suas dimensões, através de gestos concretos de solidariedade e fraternidade. Precisamos refletir, aprender e desse mal extrair um bem, para que o Pós-Pandemia, não seja marcada pelo individualismo, ateísmo e consumismo, mas que haja a retomada da consciência que somos todos imigrantes nesse mundo, carentes de compaixão, de um gesto de ajuda, de ser ouvido, de ter voz. Precisamos cuidar da casa e da vida comum e refeitos apresentar o melhor do “eu” para “nós”, entender que nos completamos e precisamos um do outro, no abraço, no olhar, nas lagrimas, nas alegrias...E todos nós precisamos de Deus. Que a Sagrada Família de Nazaré, interceda em favor de toda humanidade e do reencontro humano.