A VIVÊNCIA DA FÉ MEDIADA PELA TECNOLOGIA
31/05/2020
Diácono Antonio Heliton Alves – CRD Sul 3
Para as religiões, é impensável a vivência da fé que não seja em comunidade, pois é no encontro daqueles que professam a mesma crença que são fortalecidos os laços humanos, espirituais, sociais, teológicos e de fraternidade.
A pandemia do novo coronavírus, no entanto, impôs uma nova realidade: a determinação do distanciamento (ou isolamento) social, impedindo que a comunidade se reunisse para as suas celebrações, ficando como opção apenas acompanha-las através dos meios de comunicação que, embora não supra plenamente o encontro celebrativo em todos os sentidos, permite, pelo menos, um contato com a Palavra de Deus e sua reflexão.
Ver o Papa Francisco rezando sozinho na grande praça de São Pedro totalmente vazia foi uma imagem marcante e paradigmática. Ele que normalmente tem diante de si multidões, dialoga olhando para cada pessoa, agora se vê apenas diante de equipamentos midiáticos. No entanto, mesmo com essas limitações, sua palavra e sua presença tem sido reconfortante e orientadora para milhões de pessoas. Nas suas alocuções deixou claro sua preocupação para com cada segmento da sociedade.
Está sendo louvável o grande esforço de Bispos, Padres, Diáconos, Consagrados(as), lideranças leigas das comunidades católicas em fazer chegar, pelos meios disponíveis, uma mensagem de fé e esperança nesses tempos difíceis.
No entanto, há que se olhar para o futuro. Passo dado adiante, não há como voltar atrás. Essa metodologia de difusão do Evangelho certamente fará parte da vida da Igreja daqui para frente. O que se precisa é de capacitação e recursos para a utilização desses mass media. É um novo tempo, uma nova realidade e uma nova forma de anunciar a Boa Nova da salvação, para a construção de uma comunidade mais unida, para que “todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10), cuidando dos mais fragilizados e vulneráveis, construindo uma sociedade melhor, mais justa, mais humana e mais fraterna.