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Ainda a questão da formação

01/01/2009

Diácono José Carlos Pascoal

Assessor de Comunicação da CND (ENAC) e Presidente do Regional Sul 1

Talvez o maior desafio do Diaconado nos tempos atuais seja o de convencer o diácono da necessidade de Formação Permanente. Muitos são os motivos alegados: falta de tempo (excesso de trabalho nas paróquias e comunidades); condição acadêmica (muitos tem formação acadêmica e essa condição lhes basta); idade (a situação de sexagenário ou mais tira o ânimo de estudar, ler, aprender as novidades).

Essa situação só será mudada a partir de novas exigências na formação, isto é, que as Escolas Diaconais despertem nos candidatos o desejo de aprender, de não se acomodar com o currículo oferecido que, via de regra, não compreende tudo que é necessário para o exercício ministerial e pastoral.

O esforço da Diretoria da CND e da ENAP - Equipe Nacional de Assessoria Pedagógica é no sentido de oferecer cada vez mais os meios necessários de formação. Daí, a necessidade de participarmos dos Encontros Nacionais, Regionais, Provinciais e Diocesanos de Formação. Muito mais do que "lugar de sentar e ouvir palestras", o Encontro Nacional de Formação Permanente de Diáconos e Esposas oferece amplo leque de subsídios, inclusive a troca de experiências, do "encontrar-se para formar família diaconal", de co-nhecer as realidades de cada região do país.

Como acontece em outros setores da Igreja, seja com o Clero, seja com os leigos, a reclamação é a de que falta formação. Mas, quando é oferecida a formação, alegam-se vários motivos para não participar, desde o TEMPO até a QUESTÃO FINANCEIRA. O calendário de atividades é divulgado com antecedência para que o Diácono possa se programar com relação à família, atividade profissional e atividade eclesiástica. Mas parece que a formação não recebe a devida carga de prioridade.

Felizmente tenho ouvido de diáconos e esposas a seguinte expressão: "que bom que temos estes momentos para nos encontramos, nos conhecermos e aprendermos juntos." Isso alegra o coração de quem se empenha em fornecer oportunidades não só de formação, mas de "estar em família".

Outro grande desafio é conscientizar o Diácono Permanente sobre a real importância da Dimensão da Caridade na vida do Diácono. Às vezes parecemos "coroinhas" do Pároco, preocupados somente com a Liturgia. Às vezes não recebemos o devido valor do nosso Ministério porque não queremos deixar "a frente", o "lugar visível da Igreja". Sabemos que as questões sociais são prementes, urgentes, mas ainda não descobrimos o "carisma" de servir os pobres nos lugares onde estão.

Felizmente, surgem novas propostas curriculares por parte da ENAP para as Escolas Diaconais. É necessária a melhor formação teológica e litúrgica possível, é necessário o pleno conhecimento da Palavra de Deus, é muito importante conhecer as novas me-todologias de pregação e homilética mas, é muito mais necessário, no cumprimento da vocação diaconal, o serviço da CARIDADE. Por mais bem estruturada que seja a Comunidade Paroquial, sempre há na Paróquia uma necessidade social ou necessitados de atenção social. Se os governos municipal, estadual ou federal não cumprem com suas obrigações, cabe à Igreja, na sua missão evangélica, tentar suprir ou minorar os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs excluídos.

Que nas Escolas Diaconais sejam oferecidos os meios de se descobrir os carismas necessários para a missão integral do diácono. Que as famílias dos Diáconos sejam Casas e Lugares de Comunhão. Que o esforço da Diretoria da CND e da ENAP produzam frutos em abundância para o Diaconado Nacional. Que sejamos reconhecidos por ser responsáveis em nosso ministério e não criticados por falta de ação.

Data do artigo: 01/01/2009