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As primeiras comunidades cristãs

22/11/2019

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações (At. 2,42)

Estamos vivendo o belo tempo pascal! Ao longo de cinquenta dias haveremos de nos encontrar de maneira especial com o Senhor ressuscitado. Este é um período alegre da vida da Igreja e os cristãos de coração reto aprofundam sua fé no Ressuscitado. O canto dos aleluias enfeita os caminhos de nossa vida.

Um dos lugares mais seguros de abrigar o Cristo vitorioso da morte é a comunidade dos cristãos. Ela é a casa do Ressuscitado. O livro dos Atos dos Apóstolos traça um perfil da comunidade que nasceu do evento da Páscoa, e na força do Espírito que o Senhor já havia dado no alto da cruz. Os que foram testemunhas da Ressurreição passaram a viver uns com os outros. Viviam unidos. Colocavam as coisas em comum. Sonhavam viver a utopia da fraternidade.

Vivemos um momento desafiador da vida da Igreja. Há cristãos profundamente desejosos de serem íntimos do Senhor, há sérios empenhos de evangelização, há grupos que buscam, de fato, se alimentar da Palavra, há cristãos dando um testemunho de fé no Ressuscitado no dia a dia de suas existências. De outro lado, nossas assembleias dominicais, por exemplo, se esvaziaram, nossas paróquias têm pouca movimentação de fiéis, suas salas e locais são pouco frequentados por pessoas realmente buscadoras de seguirem a Cristo, as pessoas envelheceram, muitos não têm mais o hábito da missa dominical, algumas pastorais continuam de teimosas que são, as pessoas estão mais preocupadas com sua vida, seu êxito e tantas outras coisas e não se reúnem. Exprimem sua fé a seu modo, a seu jeito, buscando na Igreja aquilo que mais lhes interessa. Por vezes, como se costuma dizer, trata-se de um cristianismo a la carte.

Há a assembléia dominical. No primeiro dia da semana, dia em que Cristo ressuscitou, a Igreja convida os seus a se reunirem. Normalmente falando através das leituras proclamadas, dos salmos cantados, dos gestos da ceia todo esse conjunto se torna uma epifania do Ressuscitado. Muitas vezes as pessoas se fazem presentes nestes encontros de maneira rotineira, sem o engajamento do coração, sem o senso do discipulado, sem o ardor de desejarem o Amante seja amado. Não se trata de tornar a celebração dominical alguma coisa estrondosa, cheia de alarido, mas uma reunião marcada por uma profunda alegria. Os que ali se reúnem, por vezes, apenas se justapõem. A missa dominical é a festa com a presença do Ressuscitado.

Os que chegam para a missa são pessoas que querem seguir a Cristo. Chegam na hora, trazem o coração cheio de zelo, levam até o Senhor o reconhecimento pela vocação de seguimento, ouvem a mesma palavra, comem do mesmo pão. Saindo dali desejam ser sementes de fraternidade e de comunidades. Têm sempre como meta o ideal que desenha Lucas nos Atos: “Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um”.

Fonte: http://www.padrefelix.com.br/