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Brasil mais feliz!

28/04/2010

Diácono José Carlos Pascoal

Assessor de Comunicação da CND (ENAC) e Presidente do Regional Sul 1

Copa do Mundo monopoliza as atenções de todos, goste ou não de futebol. Os contrários criticam (fale bem ou fale mal, mas fale de mim); os favoráveis aproveitam para relaxar (no bom sentido), mas aproveitam para fechar expediente mais cedo ou abrir mais tarde, dependendo do horário do jogo da Seleção Brasileira.

Mas, nem todos percebem que a vida continua. As enchentes no Nordeste, os cada vez mais numerosos migrantes urbanos, as greves (ou ameaças de), os altos impostos. Tudo isso somado às corriqueiras e repetidas promessas eleitorais dos velhos e novos candidatos: “farei isso, farei aquilo”; “o governo não fez, mas eu farei”; “nosso programa de governo vai ser cumprido”, e por aí a fora.

O perigo que a Igreja e os defensores da Vida correm seriamente neste tempo de ufanismo futebolístico é a característica jogada da maioria dos congressistas: agir na calada da noite. Os projetos em benefício do povo têm suas votações adiadas por causa dos jogos do Brasil (precisamos torcer). Estamos em plena Festa Junina (vamos à festa do presidente, vamos às tradicionais do Nordeste, que ninguém é de ferro). O risco para o povo é justamente esse: por não comparecerem às sessões, acabam fazendo “sessões noturnas” ou fora de hora, sem chamar a atenção.

Escrevo isso pelos antecedentes: aprovação do divórcio, inclusão de uso de embriões embutido em projeto de biodiversidade, alterações no Projeto Ficha Limpa etc. Daí, a preocupação com a ação dos defensores do divórcio, da união homossexual. Felizmente há congressistas éticos que estão atentos à esses meandros da política. Mas nada poderão fazer se também a Igreja e outros organismos defensores da vida não estiverem atentos e “de plantão”.

A chamada “Pátria de chuteiras” (Nelson Rodrigues) está radiante com as vitórias da Seleção. Tudo serve de preparação para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Eu estou feliz, você está feliz, cantamos com ufanismo até exagerado o Hino Nacional. Gritamos “Pra frente Brasil” em qualquer canto. Os candidatos aproveitam para fazer populismo, a mídia explora a opinião do presidente, do governador, do prefeito, dos legisladores.

Que bom que continuemos alerta. É ano eleitoral. Os dossiês (ou acusação de criação) estão na mídia. A imprensa está atenta (apesar da rabugice de alguns políticos, em especial candidatos, que não admitem críticas). Fico estarrecido com as promessas eleitoreiras dos que “já estiveram lá” e nada fizeram, mas continuam prometendo.

Epa, parece que eu também estou rabugento. Calma, “pra frente Brasil”, também estou torcendo, mas estou atento. Acredito que você também.

Data do artigo: 28/04/2010