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Comunhão diaconal e Campanha da Fraternidade

16/03/2011

Diácono José Carlos Pascoal

Assessor de Comunicação da CND (ENAC), Presidente do Regional Sul 1 e agenda da PASCOM diocesana.

“A diaconia é uma comunidade em que se aprende a viver a unidade, a comunhão e a partilha. Aprende-se a viver a gratuidade. ‘O elemento da comunhão (koinonia), (...) consiste precisamente no fato de os crentes terem tudo em comum, pelo que, no seu meio, já não subsiste a diferença entre ricos e pobres’ (cf. Bento XVI, Deus caritas est, nº 20) (cf. também At 4 32-37). Esse vínculo dos membros da comunidade é tão forte que entre eles ‘não deve haver ninguém que sofra por falta do necessário (Cf. Deus caritas est, nº 25)”. (A Identidade do Ser Diaconal, primeira parte). O documento de estudos da IX Assembleia Geral da CND (07 a 10 de abril de 2011, em Itaicí, Indaiatuba), quando trata, na terceira parte, de “Construir a Comunhão a partir do Serviço aos Pobres”, logo no número 1, trata da colaboração do diácono permanente (e sua família) na recuperação da relação do homem com a natureza. Mas qual a parte que nos cabe nessa recuperação? Primeiro: como ser humano, como cristão, devo zelar pela obra da criação que Deus deixou aos nossos cuidados. Depois, como Diácono, testemunhar (não apenas falar) para que outros também se interesse pela vida no planeta, conforme a Campanha da Fraternidade de 2011, cujo tema é “Fraternidade e Vida no Planeta”.

“É necessário que o homem busque a verdadeira interação entre ele e a natureza. Na busca sincera haverá de levá-lo a retomar os critérios de Deus, criando uma visão ecoteológica. Distinto dela, mas presente nela com sua força criadora, Deus precisa ser redescoberto na natureza. Precisamos voltar a olhá-la com profunda admiração e respeito, percebendo que a terra, a rocha, a água, o céu e cada um de seus elementos, alcançáveis ou não pela nossa visão, são manifestações do amor de Deus”. (A identidade do ser diaconal, pg. 27).

Nós diáconos, por estarmos mais próximos das comunidades, inseridos nelas pelas nossas raízes, pelo trabalho e atuação ministerial, podemos e devemos estar atentos e disponíveis para colaborar com a defesa da natureza, dos rios, dos ambientes. “Já em 2007, (na VIII Assembleia Geral em Luziânia, GO), nós diáconos refletíamos: ‘A consciência de que devemos cuidar do planeta vai crescendo na humanidade. O espírito solidário entre todos os povos unidos para a defesa do planeta tem de ser cada mais vivenciado. Os grupos que se preocupam com o reflorestamento, com a defesa das espécies animais em extinção, com a limpeza dos rios e mares, com a poluição do ar etc, multiplicam-se. Neles está presente um grande espírito de serviço. Criar diaconais-comunidades-ecológicas pode ser uma forma que somos parte da nova criação (Comissão Nacional dos Diáconos. Diaconias: uma resposta aos novos desafios da missão da Igreja, 2007, p. 54-55).

Há muitos diáconos oriundos ou ainda atuantes na zona rural e regiões ribeirinhas ou marítimas. Devem ser ouvidos, numa troca de experiências, para que todos os demais, que vivem o processo de degradação do meio ambiente na zona urbana, possamos criar para a geração futura, condições de vida digna.

Data do artigo: 16/03/2011