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Conheça a história e o significado do diaconado permanente

27/09/2019

Conheça a história e o significado do diaconado permanente

O primeiro mártir da Igreja foi um diácono, Santo Estevão. O termo “diácono” aparece 29 vezes nos Evangelhos. São Francisco de Assis foi um diácono. Ainda assim, muitos católicos não têm ideia do que é um diácono...

            Na Igreja primitica, os apóstolos criaram o diaconado para permitir aos sacerdotes concentrarem-se na essência de seus deveres sacerdotais. Enquanto isso, os diáconos assumiram a liderança das funções caritativas e administrativas da Igreja. Assim é descrito no livro dos Atos dos Apóstolos: “Naqueles dias, à medida que crescia o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque suas viúvas haviam sido descuidadas na distribuição diária. Então os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável qie abandonemos a Palavra. Portanto, irmãos, elejam entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem confiaremos este ofício. Responderemos à oração e ao ministério da Palavra sem cessar. Elegeram, então, a Estevão, um homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito da Antioquia (At 6,1-6).

            Com o tempo, os diáconos concentraram um grande poder, já que eram os principais responsáveis de administrar a herança da Igreja. Esta situação ajudou a gerar tensões entre os diáconos e os anciãos, inclusive São Jerônimo se meteu na questão, queixando-se de que os diáconos foram colocados à frente dos anciãos (Comissão Teológica Internacional, 2002, pg. 45).

            Uma das principais queixas foi a de que a função dos diáconos se havia pervertido: se dedicavam mais à liturgia que às funções sociais. Também houve uma disputa com o fato de que, quando um bispo morria ou se retirava (emeritado), um diácono podia ser eleito para sucedê-lo como a qualquer outro ancião.

            Na Idade Média, a vida monástica se desenvolveu muito. E assim, a assistência aos pobres começou a ser levada a cabo com maior intensidade pelos monastérios, assim como pelas fundações caritativas dirigidas por leigos. E o papel do diácono como ministro da Caridade se havia esgotado. A partir do século 5 em diante, começou um processo de decomposição do diaconado, que evoluiu até seu desaparecimento quase completo.

            Finalmente, o entendimento de que um ancião podia fazer tudo o que fazia um diácono, o diaconado se tornou uma função “permanente” na Igreja. O diácono daí em diante seria somente uma etapa transitória até o momento em que o cristão seria ordenado sacerdote.

Mas a roda da história sempre gira...

            E no século XX, no Concílio Vaticano II, a Igreja tomou a decisão de restaurar o diaconado exercido permanentemente (deixando o bispo de cada diocese livre para restaurar o diaconado na Igreja Particular. Depois de muita discussão em uma sessão emocionante, votaram 2120 bispos e sacerdotes conciliares, e o resultado foi o seguinte: 1588 votaram a favor da restauração do diaconado, 525 votaram contra e 7 se abstiveram. O resumo das decisões a respeito foi publicado na Encíclica Lumen Gentium e logo em seguida, no Documento Sacrum Diaconatus Ordinem.

            O Sacramento da Ordem tem três graus:

Ordem Episcopal – bispos;

Ordem Presbiteral (sacerdotes);

Ordem Diaconal (diáconos)

A sequência dos graus sugere uma hierarquia e é uma confusão comum pensar que o diácono está sujeito ao sacerdote (presbítero). Isso não é verdade. Dentro da hierarquia da Igreja, o diácono está diretamente relacionado com o bispo diocesano, podendo se dizer que o diácono é um “companheiro” do sacerdote, precisamente porque tem um papel diferente na missão da Igreja.

Este erro se deve ao fato de que diariamente vemos diáconos servindo nas paróquias e, portanto, sujeito aos párocos. Isto é correto, e deve recordar que outros sacerdotes que servem na mesma paróquia (vigários) também se remetem ao pároco. É uma questão de hierarquia local e não da Igreja em seu conjunto.

O diácono permanente é um membro do Clero, não um leigo! É por isso que usa vestimenta clerical quando está à serviço da Igreja. E pode: pregar; batizar; presidir cerimônias de casamentos; presidir celebrações da Palavra; ler (proclamar) o Evangelho na Missa e fazer a homilia; preservar e distribuir a Eucaristia; dar conselhos; das bênçãos; levar o Viático aos enfermos; presidir exéquias etc.

O diácono não é um sacerdote. Portanto, NÃO PODE: celebrar Missa; dar Unção dos Enfermos; ouvir confissões e dar absolvição dos pecados.

O candidato ao diaconado permanente pode ser solteiro ou casado. Se solteiro, deve cumprir com o celibato. Os casados somente podem ser ordenados se as esposas estiverem formalmente de acordo. Depois de tudo, a família certamente terá que renunciar significativamente, já que a maioria do serviço diaconal se realiza geralmente nos finais de semana, justamente quando os esposos geralmente se dedicam a tarefas ou lazer com suas famílias.

Especialmente nas paróquias onde há somente um sacerdote, a presença de um bom diácono é valiosa, evitando que o pároco se veja oprimido em suas tarefas pastorais e ministeriais.

O diácono permanente deve ter uma profissão, porque, diferente do sacerdote, não recebe salário da Igreja, com algumas exceções.

Se viúvo, o diácono não pode casar-se novamente. Se o bispo considera apropriado, o diácono viúvo pode completar seus estudos num seminário e ser ordenado sacerdote.

Convite ao leigo cristão:

            Se você é um bom esposo e um bom cristão e tem ao menos 35 anos, é possível é possível que seu pároco ou seu bispo o convide para ingressar numa Escola Diaconal. Já pensou nessa possibilidade?

Publicado por The Catechist