LUMES DE AMOR
22/07/2024
Diácono Francisco Salvador Pontes Filho
Caríssimos irmãos diáconos e esposas, saúde, esperança e paz no Ressuscitado!
Ainda tentado refazer-se, neste momento, de duas perdas irreparáveis, que nos surpreenderam nesta semana, na Arquidiocese de Porto Alegre e Diocese de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Regional Sul 3.
Confesso que não é tão simples assim, e nem tão fácil, encarar todo esse sofrimento súbito, que nos atinge a todos, independente do vínculo e da aproximação que se construiu ao longo de anos de trabalho árduo e inúmeras atividades vivenciadas juntos com tantos irmãos diáconos que oferecem tempo, inteligência, esforço, dedicação, experiências de vida adquiridas ao longo do exercício do ministério e da vida, para o bem do nosso Diaconato Permanente no Brasil. Não esqueço e jamais me esquecerei da generosidade de meus irmãos diáconos do Brasil ao me elegerem, pela graça de Deus, presidente da nossa CND e, por essa condição, pude conhecer centenas e centenas de diáconos permanentes neste período em nossas andanças pelo país.
Grande preocupação sempre foi estabelecer uma maior aproximação com nossos irmãos diáconos, principalmente com aqueles que mais necessitavam de uma atenção especial da nossa Comissão. A CND é um dom de Deus para os diáconos do Brasil, pertence aos diáconos do Brasil. Deve existir sempre para atender as demandas provenientes dos anseios oriundos de cada irmão que busca valorização, visibilidade do serviço oferecido em muitas igrejas particulares no país, sem perder de vista, é claro, as finalidades e atribuições que a definem por ocasião de sua criação.
A Providência Divina, concedeu-me o privilégio, em uma de nossas visitas a Porto Alegre, conhecer o nosso irmão diácono Alexandre Henrique Gruszinski, que nos recebeu na Catedral Madre de Deus, onde era provisionado e exercia o seu ministério com reponsabilidade, assiduidade e grande zelo pastoral. Apesar da idade já avançada, demonstrava disposição e uma alegria contagiante que muito impressionou-me. Um homem, um diácono de grande sabedoria, virtudes, títulos, um intelectual refinado de relevantes serviços prestados ao povo de Deus e que não precisou dar publicidade a tudo isso. Não foi possível observar ou sentir naquele grande homem, servo de Deus, a desgraça da vaidade Humana. Era perceptível que o nosso decano vivia e respirava a plena maturidade na vida e no ministério que tão bem compreendeu, amou e, por isso, foi amado, confirmado, configurado ao Cristo Servidor, com humildade, simplicidade e discrição.
Nosso diácono Alexandre, juntamente com outros cinco irmãos diáconos brasileiros, foi ordenado no ano de 1968, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional, em Bogotá, na Colômbia, pelo então Papa Paulo VI, hoje São Paulo VI. Alexandre nos deixou, partiu para casa do Pai, no dia dedicado à Nossa Senhora do Carmo, Madre de Deus, nos deixando um legado único, de valor incalculável e que contribuirá como inspiração no presente e no futuro do nosso ministério.
No sábado, 20 de julho, para nossa surpresa, o Senhor Nosso Deus, chamou à vida eterna, o nosso irmão diácono Roberto Castilhos Nunes, Vice-Presidente do Regional Sul 3, da amada Diocese de Novo Hamburgo/RS. Tive a graça de conhecer nosso irmão diácono Roberto Castilhos em um de nossos encontros nacionais e nos tornamos velhos amigos, próximos. Ao longo desse tempo, sempre prezamos pelo diálogo franco, aberto, fraterno, verdadeiro.
Sempre admirei seu zelo pastoral, o trato, o cuidado com o sagrado, que era perceptível na dedicação, na entrega, nas expressões, no olhar alegre e feliz, na dinâmica ao conduzir o ofício a ele pedido. Fazia com amor, sempre acompanhado pelo velho amigo dileto: o violão com o símbolo de uma outra grande paixão, o Colorado Gaúcho. Era notório sua paixão pelo diaconato permanente quando, em nossos encontros ou assembleias, em diversas oportunidades em que se pronunciou, contribuiu de forma clara, decisiva, serena, com o seu pensamento, conhecimento, entusiasmo, suas ideias, sua experiência de vida de longos anos no exercício do ministério.
A viagem inesquecível e providencial à cidade de Santa Maria, que fizemos juntos para conhecer a vida e a obra do Servo de Deus, diácono João Luiz Pozzobon, ficará cunhado na memória e no coração pela sua importância e pela sua saudosa companhia. Por ocasião das alagações no Rio Grande do Sul, conversamos em várias ocasiões, para juntos alinhar ajuda solidária para os nossos irmãos diáconos que perderam tudo com a subida das águas. Pude, naquele momento, sentir e testemunhar a tua proatividade, a tua grande preocupação com tudo o que estava acontecendo em todo o estado e, também, com os irmãos diáconos atingidos.
Sei que muitos irmãos diáconos gostariam de estar aí em São Leopoldo, com tua família, com a nossa mana Josy e demais familiares, neste instante de grande dor, rezando juntos, com toda a Diocese, na Paróquia de Santa Catarina, implorando a misericórdia do Senhor, Nosso Deus, e o descanso eterno em Cristo Jesus.
Irmão querido, obrigado por tudo, que os anjos do Senhor te conduzam ao paraíso, à morada do Senhor, e repousar sob o seu olhar e à sua sobra.
Manaus/Am, 20 de julho de 2024.
Ofício de Memória de Santo Apolinário, mártir.
Diác. Francisco S. Pontes Filho
Arquidiocese de Manaus