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Matrimônio e Diaconado Permanente

02/02/2010

Diácono José Nunes da Costa

Diácono e Jornalista - Arquidiocese da Paraíba

Quando a Igreja comemora 40 anos das primeiras ordenações de diáconos casados na Paraíba e no Regional NE 2, é oportuno refletir sobre a unidade e o caminhar do Sacramento do Matrimônio e o Sacramento da Ordem - Diaconado Permanente. Os Diáconos Ladislau Nogueira de Lima e José Lira de Sousa, ambos da Diocese de Campina Grande, e o Diácono Manoel Xavier de Araújo, da Arquidiocese da Paraíba, foram ordenados respectivamente nos dias 16 de dezembro de 1969 e 11 de janeiro 1970.

Olhando para estes vemos que, por intermédio dos sacramentos recebidos, têm contribuído para edificar a Igreja, realizando neste percurso um recíproco enriquecimento familiar - "igreja doméstica” - e comunidade “eclesial”.

Sempre é salutar uma reflexão sobre o caminhar do esposo e da esposa, no crescimento mútuo de fidelidade ao sacramento por ambos recebidos. É possível o casal viver de forma modelar na comunidade, sendo ali a presença viva de Cristo Jesus Servidor. A acolhida da mudança para o estado eclesial do esposo é feita em concordância da esposa, como vocação ao serviço da Igreja, nunca como uma concorrência. Daí ser portadora, para ele, de evocações estimulantes nos momentos de desânimos ou cansaço.

O diaconado permanente é ampliado com a dimensão espiritual do matrimônio, pois a união conjugal tem efeito construtivo na realização do ministério diaconal. Com a imposição das mãos do bispo sobre o diácono, a mulher deste, implicitamente participa do ministério sacramental exercido por ele. A esposa do diácono é alicerce que o faz forte, por isso ajuda se manter firme no exercício do ministério para o qual foi chamado.

Há pouco mais de um ano ordenado diácono, percebo quanto é importante formar parceria com a esposa no caminhar e no serviço inspirado em Cristo Servo para o exercício da diaconia, sem nunca estar em oposição aos encargos e deveres da vida matrimonial, familiar e profissional.

O diácono planta a semente da Igreja pré-eucarística na comunidade onde serve e o padre para dá visibilidade a presença de Cristo Jesus no pão e no vinho que consagra, e quando administra os sacramentos da reconciliação e da unção dos enfermos, aproximando os fieis do banquete sagrado.

O esposo/diácono responde ao chamado de Deus, como uma extensão da vocação conjugal. Por isso a ordenação é um dom concedido ao esposo e com sua esposa se coloca a serviço de Deus na pessoa do próximo, o que enriquece a comunhão da família e conseqüentemente, edifica a igreja familiar e comunitária. Percebe-se que o “diácono casado”, vive a dupla sacramentalidade, formando, com a esposa a consolidação de uma “Igreja Servidora e Missionária”, ambos dando testemunho do Evangelho de Jesus Cristo, que é Caminho, Verdade e Vida.

Há necessidade de aprofundar sobre a presença do diácono na comunidade, junto com o pároco e o bispo, construindo um presbitério de salvação e comunhão, juntamente com os fiéis cristãos.

Data do artigo: 02/02/2010