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MENSAGEM DE DOM JOÃO FRANCISCO SALM - FELIZ NATAL!

23/12/2021

MENSAGEM DE DOM JOÃO FRANCISCO SALM - FELIZ NATAL!

Dom João Francisco Salm - Bispo diocesano de Tubarão (SC)

As Festas Natalinas que se aproximam não celebram outra coisa a não ser o nascimento de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Trazem no seu âmago o alegre anúncio da chegada do Reino Deus: a possibilidade de se criar um mundo novo, de fraternidade, de justiça e de paz.

A melhor forma de agradecer a Deus por tudo o que nos tem dado, em especial pelo ano que termina, é nos colocarmos pronta e imediatamente no espírito do Advento em vista do encontro com Jesus Cristo que se faz próximo. Esse encontro é graça que a Celebração Cristã do Natal sempre nos oferece. Tudo o mais que fizermos, mesmo que em nome do Natal, não terá brilho e resultará numa sensação de vazio e de frustração.

A primeira atitude que devemos cultivar é a da consciência de que Natal – o Natal Cristão – é a Festa do Nascimento do Salvador da Humanidade, Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus Vivo. E ainda mais: é também oportunidade única para se fazer a experiência do encontro com Ele. Um “tempo oportuno” para esta grande Graça são as quatro semanas do Advento, o Dia de Natal e sua Oitava (os oito dias que seguem), as Festas Natalinas da Sagrada Família, da Santa Mãe de Deus, da Epifania e do Batismo do Senhor. Não se deve admitir que as outras programações, passeios, praia, eventos e a agitação do comércio, próprios dessa época, impeçam a vivência cristã do Natal.

As Novenas de Natal despertam e alimentam o sentido religioso – cristão – do Natal; as pessoas se visitam e se aproximam; ouve-se a Palavra de Deus, fazem-se orações, canta-se e se tomam iniciativas para promover a partilha e a solidariedade através do “Natal dos pobres”. Muitas pessoas se reconciliam com Deus, consigo mesmas e com quem estavam de relações quebradas. A proximidade do Natal e sua celebração é tempo propício para a conversão: tomar consciência dos pecados mediante uma sincera revisão de vida; reconhecer e crer no amor misericordioso de Deus; preparar-se e procurar um padre para uma Confissão sincera. Uma Celebração Comunitária da Penitência como preparação para a Confissão tem um grande valor, mas não substitui o bem imenso que é o Sacramento da Penitência ou a Confissão. Exatamente nesta experiência da Confissão individual poderá estar, para muitos, a oportunidade do verdadeiro Natal, o encontro com Jesus que salva. Muitas vezes eu atendi a confissão de famílias inteiras: o pai, a mãe e os filhos. Era bonito ver a alegria com que voltavam para casa.

Os pais não sejam indiferentes à participação da Missa com os filhos. A motivação dos pais deve ser tal que contagie os filhos. Nesta época é tão educativo levá-los também ao presépio. Quantas coisas bonitas o pai e a mãe podem ensinar a crianças na contemplação da cena que retrata o Nascimento de Jesus! O presépio também poderá ser montado em casa, com a participação dos pequenos e dos grandes. A celebração cristã do Natal por toda a família é uma lembrança que nunca se apaga na memória de qualquer pessoa que teve essa graça na sua infância.

A beleza do exercício do Ministério Diaconal neste Tempo especial é tomar iniciativas e desenvolver práticas que na Comunidade promovam esse espírito de expectativa e de verdadeiro encontro com o Senhor e entre pessoas. Um olhar voltado para os pobres abre portas no coração e faz estender as mãos. Praticar a comunhão e a participação atrai a presença de Jesus.

Pois bem. Deus parece mesmo não desistir de querer entrar em nossa vida. Põe-se então a questão: estou interessado em dar espaço a Ele? Tenho tempo para Ele? Já entendi que não é Ele que precisa de mim e que sou eu que preciso dele? Ele está à porta e bate: já está aí. Em Jesus o Pai nos deu tudo. De nossa parte, resta abrir a porta por dentro para que Ele possa entrar; ir ao seu encontro como quem o esperava ansiosamente.

O Presépio somos nós. É dentro de nós e entre nós que Jesus nasce: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). “E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14). O Menino Deus nasce em quem quiser ter um coração de criança, um coração tão livre e tão límpido que seja incapaz de agredir, de ameaçar ou de ferir; nasce em quem ama e cuida das irmãs, dos irmãos e da natureza. Jesus nasce para que cada um de nós nasça novo e diferente.

Dom João Francisco Salm é Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (CMOVC)