MENSAGEM DE PÁSCOA DO PRESIDENTE DA CND
19/04/2025
* Diácono José Oliveira Cavalcante (Cory)
“Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos. Aleluia”!
É com este alegre convite da Liturgia das Horas do domingo de Páscoa que saúdo todos vocês meus irmãos diáconos de todo o Brasil. Alegremo-nos, pois “o Senhor ressuscitou”. No duelo entre a vida e a morte, foi “a vida que venceu a morte”. Mais uma Páscoa chegou! Todos os anos, os cristãos vivem neste tempo a reflexão sobre a passagem de Jesus da morte para a vida; da cruz para a luz; da escravidão para a ressurreição celebramos a esperança desta passagem que o mundo também experimenta da morte para a vida.
A Ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da fé cristã. Porque Cristo venceu o mal e a morte nós podemos fazer da fé nosso modo de viver e de nos situarmos diante do mundo. A vitória de Jesus Cristo nos permite viver a beleza e a iluminação pela fé. Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A partir de agora, a certeza que nos acompanha é que a última palavra será da vida e não da morte. Por piores que sejam os sofrimentos e por mais pesada que seja a cruz, a vitória final da vida é certa para quem acredita em Jesus Cristo e se coloca no seu seguimento.
É o que testemunhou, de forma categórica, Dom Oscar Romero, arcebispo de San Salvador (El Salvador), quando se sentiu ameaçado de morte: “Não creio em morte sem ressurreição. Se me matarem, ressuscitarei no povo salvadorenho”. E porque acreditou verdadeiramente na vitória final da vida sobre a morte não recuou diante das ameaças que o levaram ao martírio no dia 24 de março de 1980.
No entanto a certeza da ressurreição final não nos deve acomodar e nem nos tornar indiferentes diante do sofrimento dos irmãos. É a isto que nos alertava o Papa Francisco no início da quaresma ao nos convocar a nos posicionarmos contra a globalização da indiferença, que “está tomando conta da sociedade”. Celebrar a Páscoa hoje, é encher-se de coragem e anunciar com alegria que Jesus está vivo no meio de nós. É testemunhar com a vida que, com a Ressurreição de Jesus, o amor superou o ódio, a alegria superou a tristeza, o individualismo deu lugar a solidariedade, a luz repeliu as trevas e a vida venceu a morte.
Celebrar a Páscoa é deixar-se contagiar pela alegria que inundou o coração de quantos experimentaram e testemunharam a presença de Cristo ressuscitado, naquele primeiro dia da semana, quando as mulheres, sobressaltadas e assustadas, ao verificarem que a pedra do sepulcro estava removida, escutaram do anjo o anúncio da ressurreição: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui, pois ressuscitou como tinha dito. Ide, depressa, dizer aos seus discípulos: Ele ressuscitou dos mortos!” (Mt 28, 5-6).
Que a nossa caminhada para a Páscoa do Senhor nos faça compreender sempre mais a urgência de uma profunda conversão ao amor sem limites nem condições de Deus; que este dinamismo pascal, que vem do coração de Deus Pai, inspire caminhos novos de renovação pessoal, comunitária e pastoral.
Faço votos que as celebrações pascais animem a esperança de todos os diáconos do Brasil e os impulsionem a uma maior comunhão de vida. Que a certeza da ressurreição de Jesus impulsione a todos a um maior compromisso com a sua comunidade de fé e com a superação das dores e sofrimentos das irmãs e dos irmãos. Assim, juntos, poderemos celebrar a alegria da vitória da vida sobre a morte.
Deus seja louvado, Aleluia! Aleluia!
* Presidente da Comissão Nacional dos Diáconos - CND/BRASIL