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MENSAGEM DO DIÁCONO JOSÉ DURÁN Y DURÁN

23/12/2024

MENSAGEM DO DIÁCONO JOSÉ DURÁN Y DURÁN

Nestes dias, num grupo de WhatsApp de artistas, apareceu uma charge em que Papai Noel empurrava Jesus para que saísse de cena. Esta charge provocou muitos comentários. Em mim provocou uma reflexão, que agora partilho com vocês nesta noite de confraternização natalina.

A mensagem de Natal é a mensagem do nascimento de um Salvador. Um menino que ao se tornar adulto vai “curar a muitos doentes, de enfermidades, de espíritos malignos, e restituiu a vista a muitos cegos”. Ele mesmo respondeu aos discípulos de João Batista: “Ide contar a João o que estais vendo e ouvindo: os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz aquele que não ficar escandalizado por causa de mim”. (Lc 7,18-24). A mensagem de Jesus é uma mensagem universal. Uma proposta de vida que cada pessoa acolhe em absoluta liberdade.

A proposta de Jesus é uma Boa Notícia, é Evangelho. É uma proposta, que quando assumida no seu verdadeiro significado e na sua total dimensão, pelos discípulos ou por qualquer pessoa, faz um bem imenso a humanidade.

Pois esta mensagem se resume no mandamento novo que Jesus deixou: Vos dou um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. “Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros” (Jo 13,35).

Quando celebramos o nascimento de Jesus de Nazaré, celebramos os seus ditos e os seus feitos.  Recordamos a sua obra, deixada como exemplo para a humanidade. Por isso que é motivo de alegria, não só para os cristãos, mas para todo homem e mulher de boa vontade.

Mas ao mesmo tempo é motivo de reflexão e questionamento. Se a humanidade coloca o poder e a riqueza, como prioridade absoluta, como único meio de felicidade, pegamos um caminho sim saída. O caminho da autodestruição. Se colocamos o consumo sem limites, a exploração dos recursos naturais sem limites, a financeirização sem limites, a globalização da indiferença como estilo civilizatório, estaremos impossibilitando o nascimento de um novo projeto de vida e civilização.

Natal é a esperança do nascimento de um projeto novo civilizatório. A civilização do amor. Cabe a cada um acolher este projeto e se engajar na sua realização. Quem assim fizer estará sendo e vivendo o Natal.

O nosso Natal só poderá realmente ser feliz quando consigamos deixar de ser uma sociedade que aceita e aprova as desigualdades, as injustiças e a violência bruta. Mas também, cada vez que estejamos oferecendo ao nosso próximo um copo d’água, por amor, estaremos experimentando a alegria do Natal. Feliz Natal para todos!!!

Diácono José Durán y Durán, Palmares, 14/12/2024

Assessor da Presidência da CND