O DIÁCONO PERFUMA O EVANGELHO COM CARIDADE E GENEROSIDADE
17/12/2025
* Diácono Permanente Léo Souza
A expressão/título é do nosso saudoso Papa Francisco.
Caríssimos irmãos diáconos, neste Tempo de Advento, quando nossos corações se voltam para Aquele que vem, "Jesus Cristo", nossa maior esperança, somos convidados a contemplar também a beleza da Igreja que caminha, serve e se prepara. Neste ano tão especial em que concluímos o Ano Jubilar, a Igreja inteira renovou sua missão de ser sinal de misericórdia, reconciliação e esperança no mundo. E, dentro dessa grande missão, brilha com força o ministério do diácono, servo da caridade e ponte viva entre o altar e a vida.
Certa vez Papa Francisco cheio de alegria exortava os fiéis dizendo: “Os diáconos são guardiões do serviço na Igreja” e que a generosidade deles “perfuma o Evangelho” porque torna visível a humildade de Deus que sempre dá o primeiro passo para ir ao encontro de quem sofre e de quem se perdeu. Durante o Ano Jubilar, essas palavras ganharam ainda mais significado, porque vimos como os diáconos se tornaram presença viva da Igreja peregrina da esperança, caminhando onde o povo mais precisa. 2025 também foi o ano que a Igreja ganhou o novo pontífice, Papa Leão XIV, ele que desde o início de seu ministério chamou a Igreja a ser “fermento de concórdia e farol para o mundo”. Esse chamado confirma aquilo que o diaconato já testemunha há séculos: uma fé que não fica parada, que não se fecha nas sacristias, mas que se move, que se aproxima, que abre caminhos.
Hoje, queremos agradecer especialmente pelos diáconos de nossa Igreja. Eles são aqueles que estão nas visitas aos cárceres, levando consolo a quem vive a dor da solidão e da culpa; nos hospitais, oferecendo esperança aos enfermos e às famílias; nos momentos mais difíceis da vida, quando conduzem com misericórdia as Exéquias, consolando os corações enlutados. Muitos estão também nas comunidades ribeirinhas, atravessando ilhas e rios para levar a Palavra; nas liturgias das comunidades, onde anunciam o Evangelho e animam o povo; nas ações caritativas, distribuindo alimentos, roupas, escuta e dignidade; e nas inúmeras realidades onde a vida clama por cuidado e presença.
O Ano Jubilar ajudou a ver com mais clareza que o diaconato não é apenas uma função litúrgica, mas uma expressão da própria identidade da Igreja. Os diáconos testemunham que a Igreja existe para servir, que a caridade é sua missão e que cada gesto de amor aproxima o mundo do Deus que vem. Como dizia o Papa Francisco: “Caridade será a vossa liturgia mais bela e a liturgia o vosso serviço mais humilde.” Assim deve ser o ministério diaconal; assim deve ser também a vida de cada cristão.
Neste Advento, agradecemos a Deus pelos diáconos que, com humildade e alegria, tornam visível a presença do Cristo Servidor. Que continuem sendo instrumentos de luz nas periferias da dor e da vida. Que sejam sempre sinal da esperança que não decepciona, da misericórdia que não abandona, da Igreja que caminha ao encontro do povo, especialmente dos mais pobres e necessitados. E que as comunidades cristãs amadureçam na fé e dediquem-se a acolher, apoiar e rezar por seus diáconos, para que permaneçam firmes nesta missão tão bela e tão necessária. Que ao celebrar a Santíssima virgem, Mãe de Guadalupe, a serva do Senhor, padroeira da América Latina, rogamos sua intercessão por todos os diáconos e por todo clero. E que este Advento reacenda em cada um, o desejo de servir, amar e esperar Aquele que vem: Cristo, nossa esperança e nossa paz.
Um feliz e abençoado Natal. No Cristo que nos une, um abraço fraterno.
* Arquidiocese de Belém do Pará - Paróquia N.Sra.Guadalupe.
