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O DIÁCONO PERMANENTE E SUA CIRCUNSTÂNCIA (1)

28/06/2021

O DIÁCONO PERMANENTE E SUA CIRCUNSTÂNCIA (1)

Diácono Mário Ângelo Braggio - Arquidiocese de São Paulo (SP)

Parafraseando a célebre afirmação do grande filósofo espanhol Ortega y Gasset, pode-se dizer que o diácono permanente casado “é ele e sua circunstância”. A resposta à sua vocação é pessoal, contudo, compreende a esposa, os filhos, o trabalho, os problemas, as dificuldades..., realidade essa da qual ele se distingue, mas não se separa.

Diferentemente do vocacionado ao sacerdócio ou à vida religiosa, que se afasta da família para entregar-se por inteiro ao seu ministério, o diácono permanente nesta permanece dedicando-se simultaneamente à Igreja. A dupla sacramentalidade – matrimônio e serviço – não obstante se desenvolvam em esferas de ação distintas, têm implicações tangentes e transversais que não podem ser ignoradas e, menos ainda, desprezadas.

Assim sendo, os responsáveis pela formação ministerial, bem como os que acompanham o diácono já ordenado no exercício do seu ministério, devem atentar para as demandas decorrentes dessa situação peculiar.

Penso que a esposa, e os filhos, sempre que necessário, deveriam participar direta ou indiretamente, quando oportuno e conveniente, do processo que se inicia desde antes da admissão do interessado ao período propedêutico, passando pela formação ministerial do candidato, até a sua ordenação e respectivo provisionamento.

Eventuais entrevistas, visitas domiciliares, reuniões, retiros, assembleias, encontros de formação, celebrações e confraternizações são exemplos de ocasiões em que se pode informar, esclarecer, desmistificar, orientar, se alegrar, além de aproximar as pessoas, criar laços, desenvolver amizades e, principalmente, criar bases para a solidariedade.

Será utopia imaginar uma comunidade diaconal diocesana, por exemplo, formada por diáconos, candidatos ao diaconato, viúvas de diáconos – e respectivos familiares – que deem suportem uns aos outros, vivendo entre si o que se propõem pôr em prática no seu ministério, ou seja, o serviço, a acolhida, a inclusão, a fraternidade, a caridade?