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Pilar da Caridade: Serviço à Vida Plena

18/09/2019

Pilar da Caridade: Serviço à Vida Plena

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019 / 2023 (continuação)

Pistas para ação do Diácono Permanente

Pilar da Caridade: Serviço à Vida Plena 

 

105. A Igreja anuncia o "Evangelho da paz" (Ef 6,15), que é Jesus Cristo em pessoa (Ef 2,4). Isso significa não ignorar nem deixar de enfrentar os desafios da violência e4xplícita ou institucionalizada pelas injustiças sociais, tarefa profética que exige ação de denúncia e anúncio, sendo voz dos sem voz, mas, também, promovendo atitudes de não violência. A justiça é fidelidade à vontade de Deus e se concretiza especialmente no compromisso com os excluídos e demais marginalizados que vivem nas periferias: "aorendei a fazer o bem: buscai o direito, socorrei ao oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva" (Is 1,17).

106. A evangelização do mundo urbano não pode prescindir da questão do trabalho. "O trabalho humano é uma chave, provavelmente a chave essencial, de toda questão social" (Laborem Exercens, nº 3). A solidariedade com quem sofre as consequências do desemprego e do trabalho precário, é, pois, uma expressão importante de caridade, devendo se manifestar pela atuação organizada dos cristãos leigos e leigas.

107. Igualmente, a caridade se expressa no empenho e na atuação política dos cristãos e das Comunidades Eclesiais. "A caridade deve animar a existência inteira dos fiéis leigos e, consequentemente, também a sua atividade política vivida como 'caridade social'" (DCE, nº 29). A boa política é um meio privilegiado para promover a paz e os direitos humanos fundamentais. A carisdade, portanto, "é o princípio não só das microrelações (...), mas também das macrorelações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos. A omissão dos cristãos nesse campo pode trazer gravíssimas consequências para a ação transformadora na Igreja e no mundo" (CNBB, Doc. 105, cap. III).

108. O Papa francisco insiste em dizer que deseja uma "Igreja pobre para os pobres" (EG, mº 198). Trata-se de superar as ambições, o consumismo e a insensibilidade diante do sofrimento. Afirmou Bento XVI: "A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza" (DAp, nº 3). Todos os cristãos devem buscar uma vida simples, austera, livre do consumismo e solidária, capaz da partilha de bens: "ser pobre no coração: isso é santidade" (GeG, nº 70). Somente assim, a Igreja será "casa dos pobres" como proclamou São João Paulo II (NMI, nº 50), porque hoje e sempre "os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho". Há que se afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres.