Home | Publicação | POR UM MAIOR CONHECIMENTO DO ESPÍIRITO SANTO

Compartilhe:

POR UM MAIOR CONHECIMENTO DO ESPÍIRITO SANTO

28/05/2021

POR UM MAIOR CONHECIMENTO DO ESPÍIRITO SANTO

* Elpídio Macário da Silva Júnior

Caros irmãos, celebramos no domingo passado (23 de maio) a Solenidade de Pentecostes. A finalidade da vida cristã é a incorporação ao Senhor Jesus Cristo. E essa incorporação é impossível sem a ação do Espírito Santo na nossa vida. No entanto, sabendo, pois, da necessidade que temos da presença da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, ainda pouco A conhecemos e honramos. Essa ausência de conhecimento se dá por alguns motivos, dentre eles: a falta de manifestações, a escassez de doutrina e pela falta de devoções.

No que diz respeito à falta de manifestações, Pe. Antonio Royo Marín diz que “se conhece muito bem o Pai, se o adora e o ama. Como poderia ser de outra maneira? Suas palavras são palpáveis e estão sempre presentes aos nossos olhos”[1]. A afirmação do teólogo da Ordem dos Pregadores nos faz lembrar do que afirma Santo Agostinho: “Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo, não sujeito à mudança?”[2].

Assim como o Pai, conhecemos, adoramos e amamos ao Verbo de Deus. É impossível não perceber suas manifestações, pois estão diante de nossos olhos “a história tão comovente de seu nascimento, vida, paixão e morte; a cruz, as imagens, o cotidiano sacrifício do altar, suas numerosas festas litúrgicas”[3]. Mas, no que se refere ao Espírito Santo, as manifestações escapam à percepção dos sentidos, pois age no íntimo de nossa alma.

Outro forte motivo desse desconhecimento dos fiéis (e também em grande medida do clero) acerca do Espírito Santo e de suas ações, está relacionado à falta de doutrina, que se deve ao ínfimo número de publicações a respeito dessa Pessoa divina. E, não menos importante, esse esquecimento se dá pela escassez de devoções e festas ao redor do Espírito Santo. As inúmeras devoções que temos são muito úteis para nossa vida espiritual, mas elas não podem diminuir a “devoção fundamental como a relativa ao Espírito Santo”[4].

E quais as consequências desse esquecimento, desprezo da própria fonte da vida sobrenatural? O sofrimento e a debilidade da alma, que raramente chegará à virilidade cristã.

Isso se dá porque aqueles que não O conhece, não O deseja e, assim, não O ama. E o amor é o fundamento de união entre o homem e Deus, uma vez que, segundo Santo Tomás de Aquino, é próprio de o amado estar no amante e do amante estar no amado[5].

Portanto, não nos esqueçamos do Espírito Santo, pois Ele é o fundamento da nossa união com Jesus Cristo e o princípio da nossa vida sobrenatural. Celebremos com fé e alegria a Solenidade de Pentecostes, a solenidade que, junto da Páscoa e do Natal do Senhor, é uma das mais importantes e centrais celebrações da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Peçamos a Ele um amor penitente, a fim de nos condoermo-nos das ofensas causas; um amor de conformidade, para ordenarmos nossas vontades à vontade d’Ele; um amor de amizade, no intuito de recebermos a vida de Deus e nos doarmos inteiramente ao Altíssimo, assim como um amor complacente, para nos dirigirmos a Deus sem nenhum intenção em troca, a não ser amá-Lo com todas as nossas forças.

Espírito Santo, iluminai-nos e santificai-nos.

* Candidato ao Diaconato Permanente pela Diocese de Cristalândia (TO)

[1] MARÍN, Antonio Royo, O.P. O Grande Desconhecido: o Espírito Santo e Seus Dons. Edições Eclesiae. Campinas-Sp, 2017, p. 14.

[2] Catecismo da Igreja Católica (§32). Edições Loyola. São Paulo, 2000.

[3] MARÍN, Antonio Royo, O.P. O Grande Desconhecido: o Espírito Santo e Seus Dons. Edições Eclesiae. Campinas-Sp, 2017, p. 14.

[4] Ibidem, p. 18.

[5] Cf. Sum. Theo, Ia-IIae, q.28, a.2, c.