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POR UMA CULTURA DE DIACONADO PERMANENTE

09/05/2021

POR UMA CULTURA DE DIACONADO PERMANENTE

O diaconato permanente ainda é um ministério bastante desconhecido. E confundido. 

Após vinte anos nessa caminhada e quinze de ordenado, ainda sou chamado de “giácono”, “diácomo”, “jácomo”, “djácono”, etc. Quando não, sou confundido com um “coroão” ou com um padre.

Não bastasse isso (o que é o de menos), há as interrogações, os espantos, as “caras e bocas” e até mesmo um estranho silêncio (o que ainda não é o fim do mundo); contudo, há o menosprezo, a repulsa e a exclusão; isto, sim, dói; e o que é pior, não ajuda, só atrapalha. 

Há que se criar uma cultura de diaconato permanente. O que seria isso? E como poderia ser feito? Entendo por criar cultura, neste caso, desenvolver um “ambiente”, um “clima” propício para a divulgação, o esclarecimento, a aceitação e a inclusão desse ministério tão apreciado pela Igreja nos dias atuais em diversas partes do mundo. 

Como fazê-lo? Falando sobre o diaconato permanente em todas as ocasiões e situações oportunas no dia a dia da Igreja, tais como: uma pitadinha vez ou outra na homilia; uma intenção aqui e outra ali nas preces dos fiéis; uma inserção aqui e outra acolá na catequese, nas celebrações, na formação de agentes de pastoral; uma notícia ou um comentário nos murais, nos jornais, nas revistas e sites paroquiais; um destaque por ocasião do mês vocacional e no dia de São Lourenço e – por que não? – de outros santos diáconos; estudo e pesquisa desse ministério nas faculdades de teologia e, particularmente, na formação específica dos seminaristas, futuros presbíteros; na abordagem do tema em cursos de formação continuada para o clero; na eventual instituição de diaconias; na definição inequívoca das competências e atribuições do diácono, seja junto a uma comunidade, a uma capelania, a uma pastoral, a um programa, a um projeto... E, mais que tudo, não medindo esforços para incrementar a cooperação entre leigos e diáconos, e para desmistificar eventuais incompreensões que possam prejudicar, direta ou indiretamente, a parceria tão almejada entre presbíteros e diáconos, quebrando barreiras, criando laços, promovendo a ação integrada de ambos a serviço do Reino.

Criar cultura, ainda neste caso, é, por fim, dar visibilidade, tratar com naturalidade, abrir portas, acolher, incluir.

(Diácono Mario Braggio, abril de 2021)