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QUANDO O DIÁCONO MORRE, A VIÚVA TAMBÉM MORRE COM ELE?

03/08/2021

QUANDO O DIÁCONO MORRE,  A VIÚVA TAMBÉM MORRE COM ELE?

Diácono Mario Braggio - Arquidiocese de São Paulo (SP)

Ele era um diácono atuante, responsável e comprometido com o seu ministério. Ela, por sua vez, o acompanhava discretamente nas atividades e celebrações e, quando  possível e conveniente, participava delas.

E foi sempre assim, desde aquele dia em que ele lhe revelou que se sentia chamado a servir como diácono permanente. Ela disse sim e assinou a carta para que ele pudesse ingressar na Escola Diaconal; ela disse sim aos novos encargos decorrentes das ausências dele por causa do curso acadêmico, da formação ministerial, dos encontros, dos retiros e das reuniões; ela disse sim ao acréscimo de responsabilidades, sobretudo em relação à manutenção da casa e à educação dos filhos; ela disse sim às ausências dele em muitos compromissos familiares; ela disse sim a tantas ocasiões em que ele, embora estando em casa, era como se não estivesse, pois estava ocupado estudando, preparando, organizando suas atividades ministeriais; ela disse sim aos cuidados com as suas vestes litúrgicas, para que estivessem prontas para o uso. Ela sempre disse sim...

A vocação era dele, mas para que ele pudesse dar conta dela, foi a cara-metade que alinhavou o pano de fundo, carregou o piano e segurou a barra. 

Contudo, o diácono deixou esta vida de passagem e foi encontrar-se com Deus na Eternidade. Houve choro e lamentações; despedidas, celebrações, elogios, cumprimentos e ofertas de ajuda (quase sempre por meio de mensagens via WhatsApp), por pouco mais de duas semanas, na verdade.

O tempo passou. Ela continua dizendo sim à sua missão de mãe e pedindo a Deus consolo, força e coragem para prosseguir na sua caminhada.

Foi mais lembrada e recebeu mais atenção quando era vista como “viúva de marido vivo” do que agora que é, de fato, viúva de marido morto.