Re-unir para comum-união
02/07/2009
Diácono José Carlos Pascoal
Assessor de Comunicação da CND (ENAC) e Presidente do Regional Sul 1
Ao iniciar o texto com esse título, posso dar a impressão de que não somos unidos ou que não temos unidade. Re-união pode ser interpretada como "unir novamente", "estar juntos novamente", e não simplesmente "provocar um momento para estarmos juntos" (também isso).
O crescimento do Diaconado traz esse tipo de problema: estamos tendo cada vez mais dificuldade em "estarmos juntos", em partilhar nosso ministério e, principalmente, em re-estudarmos juntos (formação permanente). O ministério diaconal, assim que é re-descoberto na diocese, na paróquia, na comunidade, faz com que o diácono acabe tendo uma sobrecarga de trabalho eclesial. Às vezes falta ao Diácono uma postura de diálogo com o Pároco ou com o Bispo no sentido de estar disponível principalmente para a sua família e, por extensão, para estar em contato com os irmãos de ministério.
O esvaziamento das reuniões, encontros de formação e retiros de diáconos e esposas deve preocupar não somente as Diretorias da CND, CRD, CAD ou CDD, mas também os Bispos, Párocos e os próprios diáconos e esposas. A falta de formação e atualização acaba sendo um obstáculo ao próprio ministério diaconal.
Outra preocupação: o excessivo apego (seria isso?) às funções litúrgicas em detrimento de uma ação voltada para a Caridade, para a Dimensão Social da Igreja. Tenho certeza de que os Bispos ao ordenarem ou os Párocos ao pedirem as ordenações de Diáconos não querem ter "coroinhas clérigos", mas alguém com quem possam contar para os diversos serviços pastorais e para a animação e formação de comunidades.
Às vezes ouço diáconos que se dizem onerados no trabalho pastoral: mas, e o diálogo aberto e franco com o pároco, não é necessário, não deve ocorrer? Retomo trecho do artigo anterior (O Servo, junho de 2009, página 2 - site da CND, Artigos), para falar da necessidade do diácono dispor de agenda que favoreça sua participação nas atividades próprias do diaconado, sem negligenciar sua vida familiar ou suas atividades pastorais nas comunidades e paróquias: "Considero que o primeiro passo da tão esperada COMUNHÃO é nos conhecermos, nos comunicarmos, sermos participativos, priorizar sempre que possível, os eventos diaconais, sejam eles a nível nacional, regional ou diocesano. Os demais passos acabam sendo assimilados através da conscientização e do amor e disposição oferecidos no ministério."
Esperamos que com a participação afetiva e efetiva dos presidentes do diacônio arquidiocesano e diocesano na reunião do Conselho Consultivo e de todos os diáconos e esposas nas demais atividades propostas nos calendários (arqui) diocesanos, regional e nacional, possamos partilhar não somente as dificuldades, mas os frutos da Missão. O Diaconado está inserido na Missão Continental e nas demais propostas de trabalho da Igreja na América Latina e no Brasil. Mãos às obras. Fé e Conversão Pastoral.
Data do artigo: 02/07/2009