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SÃO LOURENÇO, MÁRTIR E DIÁCONO, SEMENTE DE NOVOS CRISTÃOS

10/08/2021

SÃO LOURENÇO, MÁRTIR E DIÁCONO, SEMENTE DE NOVOS CRISTÃOS

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Distribuiu os poucos bens da Igreja aos pobres e escondeu os livros e objetos sagrados. Em seguida, reuniu um grupo de pobres, cegos, órfãos, mendigos, doentes e os colocou na frente do governador, dizendo: “Pronto, eis aqui os tesouros da Igreja”.

Por Jaime C. Patias, IMC *

Lourenço era o primeiro dos sete diáconos a serviço da Igreja de Roma. Devia ter uma boa formação acadêmica, pois, seu cargo era de muita responsabilidade e importância. Depois do Papa Sisto II, era o responsável pela Igreja. Ele era o assistente do Papa nas celebrações e na distribuição da Eucaristia. Além disto, era o único administrador dos bens da Igreja, cuidando das construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes.

No ano 257 o imperador romano Valeriano ordenou uma perseguição contra os cristãos: proibiu as reuniões dos cristãos, fechou as catacumbas, exilou os bispos e exigiu respeito aos ritos pagãos. Finalmente ordenou que os bispos e padres fossem todos mortos.

Por causa da perseguição religiosa, o Papa Sisto II foi morto, juntamente com seis diáconos. Conta a tradição que Lourenço conseguiu conversar com o Papa um pouco antes dele morrer. O Papa teria lhe pedido para que distribuísse aos pobres todos os seus pertences e os da Igreja também, pois temia que caíssem nas mãos do governador.

Lourenço viveu a sua diaconia como serviço aos pobres. Distribuiu riquezas aos pobres e cuidou de esconder os livros e objetos sagrados. Em seguida, reuniu um grupo de pobres, cegos, órfãos, mendigos, doentes e os colocou na frente do governador, dizendo: “Pronto, eis aqui os tesouros da Igreja” “podeis encontrá-lo por toda a parte”. Irado, o governador mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo e lentamente.

O mártir sobre carvões ardentes, encontra um modo de gracejar: “Vede, deste lado já estou bem cozido; virai-me do outro”. Mas a maioria dos escritores modernos julga que Lourenço tenha sido decapitado como o Papa Sisto II – do qual era diácono e o havia precedido por três dias no martírio.

O Papa Dâmaso, por outro lado, parece convalidar a tradição dos carvões ardentes e recorda o heroico testemunho de fé com eficaz síntese: “Verbera, carnífices, flammas, tormenta, catenas...” açoites, carrascos, chamas, tormentos, cadeias, nada prevaleceu contra sua fidelidade a Cristo. Mas ao lado dessa imagem de sofrimento, há outra, de modo algum lendária, referente ao diácono encarregado de distribuir aos pobres a coleta dos cristãos de Roma.

O suplício cruel não desviou Lourenço de sua fé. Lourenço morreu no dia 10 de agosto de 258, rezando pela cidade de Roma.

Foi sepultado na via Tiburtina, no Campus Veranus, e sobre seu sepulcro foi erigida a basílica que leva seu nome, a primeira das 34 igrejas que Roma dedicou ao seu popular mártir. Lourenço é o terceiro patrono de Roma, depois dos apóstolos Pedro e Paulo.

O nome de São Lourenço brilha na glória de Deus pelo seu testemunho de fé e caridade como diácono da Igreja primitiva. Seu martírio trouxe vida para a Igreja. O testemunho de sua fé no Cristo e seu serviço aos pobres nos anima viver o compromisso social da nossa fé na construção do reino de Deus.

Disse Jesus: “Se o grão de trigo, que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24). A perseguição sempre fez parte da vida da Igreja. Não é uma novidade, ou pelo menos não deveria ser para nós, cristãos católicos. Vemos isso nos Evangelhos, na Igreja primitiva e nos dias atuais em todo o mundo. Por isso, Tertuliano de Cartago, já por volta do ano 200, dizia: “Sanguis Martyrum est semen Ecclesia”, “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”, é a semente de novos cristãos.

* Padre Jaime C. Patias, IMC. Com informações do site www,conventodapenha.org.br