Home | Publicação | TODA MULHER TEM O DIREITO DE VIVER EM PAZ

Compartilhe:

TODA MULHER TEM O DIREITO DE VIVER EM PAZ

08/03/2025

TODA MULHER TEM O DIREITO DE VIVER EM PAZ

* José Carlos Pascoal

A Campanha da Fraternidade de 2014, com o tema "Fraternidade e Tráfico Humano, trouxe uma forte reflexão sócio-humanitára que, infelizmente, não resultou em atitudes concretas em defesa da mulher vítima de violência. É uma ação recorrente, provocando feminicidio, tráfico humano para fins sexuais e tráfico de órgãos humanos.

A Pastoral da Mulher Marginalizada, instituição ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, pastoral nacional de âmbito social, presença solidária, profética e evangélica junto à mulher em situação de risco, tem atuado em três eixos de ação: 1) prostituição - ações de acompanhamento de mulheres em situação de prostituição; 2) tráfico - ações de enfrentamento e prevenção ao tráfico de mulheres de todas as idades; 3) violência - ações de enfrentamento e prevenção ao abuso, violência e feminicidio.

O Brasil deu um grande avanço no enfrentamento à violência contra a mulher com a Lei "Maria da Penha", mas essa importante Lei não é totalmente conhecida ou usada, ignorada por parte da população. Há ainda o problema de Delegacias de Defesa da Mulher, ausente na maioria das cidades brasileiras e, onde existe, é sob a responsabilidade de homens, que, conforme os noticiários da grande imprensa, nem sempre dão a devida atenção à mulher vítima de violência doméstica, social, trabalhista.

Uma das líderes da PMM dizia na época da CF 2014, que havia dificuldade em resgatar mulheres vítimas do tráfico sexual em outros países: "Quando ocorre o resgate pela Interpol, ao chegar ao Brasil a mulher continua sendo vítima, pois o Estado raramente oferece abrigo ou proteção, sendo necessária a ação de entidades ligadas às Igrejas ou ONGs". Isso ainda ocorre, infelizmente.

Um outro problema é que há serviço Pastoral em muitas Dioceses, mas não há articulação com a PMM Nacional, dificultando a troca de experiências à nível estadual ou nacional. É um fenômeno de diversas Pastorais cujos lideres ainda não entenderam o significado de Pastoral de Conjunto, ansiosamente esperada pela Igreja.

Após 11 anos, esperamos que os frutos daquela Campanha da Fraternidade (2014) nos ajude a manter viva a esperança de um mundo melhor, pois toda pessoa humana, lembrando hoje em especial a mulher, tem o DIREITO DE VIVER EM PAZ. Que a Igreja e a sociedade se unam para encontrar meios de defesa da Mulher marginalizada e vítima dos vários tipos de violência.

Lutemos sem cessar em favor da mulher, da criança, do adolescente, da pessoa idosa, vítimas de todo tipo de violência.

* Fonte: Livro "Não só pelo prazer de escrever, mas pelo dever de lutar". Autor: José Carlos Pascoal, diácono.